Não ganhou nada além de sorrisos. Na verdade, hoje ela não sabe dizer nem se eram verdadeiros. Imagina que sim, e tenta acreditar nisso, pois aqueles sorrisos tinham uma sonoridade marcante, eram espontâneos. Ao menos os sorrisos poderiam ser reais, já que todo o resto era ilusão. Não, tal sorte não caberia àquela triste menina, grande demais para quem ama. O certo é que todos aqueles tolos sorrisos serviam apenas para enganá-la, ludibriá-la, confundir os seus sentidos, fazê-la sonhar. Talvez zombassem da pobre menina. Eles a faziam sentir algo novo, estranho, atraente. Tornou-se deles refém , e a partir daquele momento, era como se toda a sua existência só tivesse sentido alí, naqueles lábios.

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